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‘1º Meeting Internacional Adir’ debate o Futuro do Nelore

Evento vai durar dois dias e reúne especialistas reconhecidos da América do Sul.

Criadores de dezesseis estados brasileiros, do Panamá e da Guatemala participaram nos dias 15 e 16, em Ribeirão Preto (SP), do tradicional ‘Festival Adir’. O evento deste ano traz como importante inovação para a pecuária brasileira o ‘1º Meeting Internacional Adir – O Presente e o Futuro do Nelore’, reunindo no Centro de Eventos do Shopping Iguatemi alguns dos maiores especialistas do país em áreas consideradas chaves para os criadores de Nelore. São mais de 150 pecuaristas e profissionais da América do Sul. Do Brasil, gente de estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.

O meeting foi aberto pelo pecuarista e diretor do Grupo Adir, Paulo Leonel, que relatou a história do trabalho da família de Adir do Carmo Leonel com o Nelore puro, que já tem 64 anos, e abordou o ‘casamento’ entre tradição e inovação na pecuária. “Procuramos a carcaça ideal. Que possui características claras, como ser sustentável, ter produtividade, alta resposta na nutrição. Animal Adir, com padronização, dorso, umbigo corrigido. Que trabalha pelo criador e não o inverso”, apontou o pecuarista e executivo. Na sequência, o agrônomo Fausto Pereira Lima, um dos mais importantes nomes da pesquisa e do melhoramento da pecuária nacional, falou sobre a seleção para melhorar a carcaça e padronizar os bovinos, dando vários exemplos de bons trabalhos realizados no melhoramento genético e na formação de boas carcaças. “O reprodutor deve ser provado e aprovado. Precisamos padronizar as boiadas brasileiras”, decretou.

Depois, o professor doutor Sérgio Pflanzer, explicou quais os principais fundamentos para a realização de abates técnicos. Pflanzer é médico veterinário, mestre e doutor em Tecnologia de Alimentos e professor na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Ele também adiantou os resultados de um trabalho feito para o Grupo Adir. Cinco abates técnicos focados em avaliar filhos de touros específicos: Jiandut, Opus, Naman, Jallad e Palluk. Além de um abate de tourinhos superprecoces de diferentes pais. “Os resultados foram muito significativos. Como peso vivo de até 553 quilogramas, animais extremamente jovens, com rendimento de carcaça de até 58,9%, além de bons patamares de gordura subcutânea e área de olho de lombo. Uma boa proporcionalidade entre traseiro, dianteiro e ponta de agulha. Com os tourinhos, os dados também foram positivos. O zebuíno tem características positivas e outras nem tanto na comparação com outras raças. O pecuarista precisa é entender e decidir onde investir e como investir. Nem o animal gigante, nem o anão. O meio termo pode ser um belo caminho”, concluiu Sérgio Planzer. “O boi puro não tem erro. Pode apostar”, emendou Adir.

A manhã terminou com mais duas outras apresentações. O Diretor de Originação do Grupo Plena Alimentos, Wesley Lopes, empresa fundada em 1995, traçou a linha do tempo da Indústria e falou sobre as perspectivas do mercado de carne bovina no Brasil. A Plena abastece o mercado interno, exporta para China e Cingapura, e acaba de ser auditada para embarcar ao Canadá, além de ter marcas próprias. E abate aproximadamente 400 mil animais por ano. “Vivemos novos desafios, principalmente em torno de Bem-Estar Animal e Sustentabilidade Ambiental e Social. Porém, os planos são de avançar firme. Até 2025, traçamos uma meta de faturar R$ 3,5 bilhões. Mesmo acreditando que deveremos ter um mercado brasileiro em 2023 parecido com 2022. Principalmente em relação aos preços. O que temos de fazer é adequar-se ao mercado e trabalhar”, sugeriu.

E o Administrador de Empresas e Diretor da Central Leilões, Lourenço de Campo, fez uma diagnóstico sobre como anda a comercialização de animais na era digital. A Central atua desde 1997 e foi pioneira entre as três maiores do país ao entrar ‘’cedo’ no mundo digital. “O leilão é a minha vida. Por isso, fiquei atordoado no início da pandemia da Covid-19. Vários leilões foram cancelados, mas os virtuais foram acelerados, assim como o consumo de gado, pela presença do pecuarista dentro das suas casas e com dinheiro para investir. E nós, que sempre estivemos em televisão, saímos na frente, pois tínhamos a experiência do pioneirismo na digitalização. Temos o canal próprio no youtube, com média de 2.800 visualizações e picos de cinco mil’, contou. Ele ressaltou que o faturamento da empresa em 2020 chegou a R$ 400 milhões. E o número de leiloes virtuais em 2021 quase dobrou, com faturamento de R$ 600 milhões.

Lourenço também citou os números do Grupo Adir no universo da web. “O Grupo Adir é o mais competente na utilização das mídias sociais. Para mostrar o animal, vender sêmen, promover leilões, interagir com os clientes e procurar novos parceiros. Além de ações como as ‘lives’. A que fizemos juntos em agosto passado alcançou duas mil visualizações. Com essa postura conseguiu aumento de até 127% no faturamento dos seus leilões”, arrematou.

A tarde do ‘1º Meeting Internacional Adir – O Presente e o Futuro do Nelore’ seguiu no tema do marketing digital, com um mergulho profundo e ilustrativo na estratégia do Grupo Adir na área, comandado pela Zootecnista Olívia Guimarães de Carvalho. “O Grupo atua de maneira exemplar. Está presente com site, aplicativo, está no youtube, instagram, faceboock e whattsapp. O pecuarista precisa entender que o cliente dele está dentro do aparelho celular. Você precisa encontrá-lo lá. Caso contrário, seu concorrente vai alcançá-lo. E entender que do outro lado há uma pessoa, não uma máquina. É uma via de mão dupla. Você precisa trabalhar com credibilidade, sentimento, fortalecer a imagem da sua empresa. Ser constante, gerar desafios. Conversar na rede, usar imagens de qualidade e ser criativo para mostrar como você atua dentro da fazenda e qual é o seu modelo de produção. E o Grupo Adir faz assim e com ótimos resultados”, relatou.

As atividades terminaram com um animado debate sobre os caminhos para o Nelore brasileiro e os rebanhos do Sul e da Região Central do Continente, como ficaram marcados pela intervenção da Chefe de Operações das Empresas Melo S/A, do Panamá, Marylin E. Melo de Simons, que participou do evento. “Vivemos e trabalhamos perseguindo as mesmas respostas que os pecuaristas brasileiros procuram. Precisamos de fêmeas, da evolução da genética, de nutrição mais eficiente e adequada às condições de nosso território. E temos certeza de que interagir com gente tão qualificada só vai ajudar o nosso grupo a crescer e evoluir em produção, qualidade e conformidade. Por isso estamos aqui, habilitados, inclusive, por nosso governo central”, justificou a empreendedora panamenha.

Nesta sexta-feira, as atividades do ‘Festival Adir’ serão realizadas na Estância 2L, também em Ribeirão Preto. O dia começa com a aula prática ‘A Escolha do Gado Ideal’, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural. A aula será ministrada por uma equipe integrada por Adir Leonel, Fausto Pereira Lima, João Bonifácio e Carlos Marino. Em seguida, será feita a apresentação do gado que será ofertado no ‘Leilão Adir – Raça com Produtividade’, também com transmissão pelo Canal Rural. O leilão vai começar a uma da tarde. Vão ao remate 12 fêmeas Nelore PO e POI, e três reprodutores Nelore PO e POI, além de fêmeas Sindi, novilhas Girolando e um reprodutor Gir.

Durante o ‘Festival Adir’, os participantes puderam comprar o livro ‘Nelore e Outros Zebuínos – Avaliação Visual, Criação e Manejo’, escrito por Fausto Pereira Lima e Maria Lúcia Pereira Lima, com apoio da Funep e fotos de Joyce Cury, um trabalho visual premiado na 8ª edição do Prêmio New Holland de Fotojornalismo 2012.

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