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Cooperativismo será parceiro do IBGE no 10º Censo Agropecuário

Por Mylene Abud *

Atuar na divulgação da pesquisa e sensibilizar as cooperativas agropecuárias brasileiras para que participem ativamente do processo de coleta de dados. A proposta faz parte do acordo, que será formalizado nos próximos dias, entre a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o qual permitirá o acesso das informações referentes às cooperativas agropecuárias coletadas pelo órgão para o 10º Censo Agropecuário.

“Não temos dúvidas de que o Censo vai prover informações essenciais para quem atua no setor, atualizando os dados da última edição, realizada em 2006. Afinal, sem informação, não há como planejar e, sem planejamento, não há como investir, muito menos crescer”, afirma Tânia Zanella, gerente geral da OCB. “A agropecuária é essencial para a vida econômica e social do País, e nada melhor do que o Censo para demonstrar o impacto positivo do setor e das cooperativas desse segmento no Brasil”, acrescenta.

Segundo a gerente da OCB, uma série de ações de apoio ao Censo estão sendo estratégica e cuidadosamente pensadas, para incluir o maior número de produtores rurais cooperados na pesquisa. Para estimular a participação, material de divulgação específico vem sendo elaborado, com foco nas cooperativas, assim como cartazes, banners, vídeos, anúncios de revista, spots para rádio e comunicação para redes sociais e WhatsApp.

“A ideia é mostrar a importância desses dados para comprovar a força do cooperativismo no campo e, ainda, utilizar as informações para propor políticas públicas focadas nas necessidades de cada segmento do setor produtivo. Vamos usar a capilaridade da OCB para alcançar os mais de um milhão de cooperados do agro: unidades estaduais, centrais, federações de agricultura e as próprias cooperativas”, ressalta.

Atualmente, prossegue Tânia Zanella, a OCB congrega 1,55 mil cooperativas de produção agropecuária, que integram um milhão de produtores rurais cooperados, gerando 188,7 mil empregos diretos.

“No ano de 2016, as cooperativas agropecuárias brasileiras obtiveram um faturamento superior a R$ 180 bilhões, incremento em torno de 13% em comparação ao montante de 2015. Seguramente, nos últimos cinco anos, as cooperativas vêm obtendo incremento anual em suas receitas acima dos dois
dígitos percentuais e, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, as exportações realizadas diretamente pelas cooperativas, no ano de 2016, totalizaram US$ 5,1 bilhões”, observa Tânia.

As cooperativas agropecuárias atuam nos mais variados elos das diferentes cadeias produtivas do agronegócio e são grandes responsáveis pela inclusão do produtor rural, de maneira competitiva, no mercado, independente do seu tamanho. “De acordo com os dados do último Censo Agropecuário Brasileiro, realizado pelo IBGE, em 2006, 74% da produção de trigo, 57% da produção de soja, 48% da produção de café, 43% da produção de milho, 39% da produção de leite, 35% da produção de arroz e 18% da produção nacional de feijão estavam associadas às cooperativas”, destaca a gerente da OCB.

Censo 2017

Em outubro, o IBGE dará início às operações para o seu 10º Censo Agropecuário, que, durante cinco meses, realizará cerca de cinco milhões de visitas em estabelecimentos agropecuários de todo o País. Serão levantadas informações sobre a área, a produção, as características do pessoal ocupado, o emprego de irrigação e o uso de agrotóxicos, entre outros temas. Os resultados do Censo Agro 2017 devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018.

Além disso, o Censo 2017 vai subsidiar a implantação do cadastro de estabelecimentos agropecuários e do Sistema Nacional de Pesquisas Agropecuárias. A ação permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários, que irá a campo, anualmente, captar dados detalhados sobre receitas e despesas na produção, no crédito e no seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e da flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção e situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros temas.

“A aferição de dados estratégicos provenientes do meio rural de forma mais frequente é, sem dúvida, de grande importância para um melhor planejamento, tanto por parte da iniciativa pública quanto privada, auxiliando no aprimoramento e no desenvolvimento de políticas voltadas ao setor agropecuário”, elogia Tânia Zanella.

*Matéria originalmente publicada na edição 69 da Revista AgroRevenda