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Fruta brasileira ganha Fundo de Desenvolvimento

A Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) lança em março, na capital federal, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura (Funfrut), dentro do cronograma que integra o Plano Nacional de Desenvolvimento da Fruticultura (PNDF), anunciado em 2018 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O Plano tem a entidade como articuladora do setor produtivo e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) como instituição pública de pesquisa. O principal objetivo é estabelecer uma parceria público-privada e canalizar recursos do segmento para as pesquisas por meio de projetos co-financiados.

A Abrafrutas iniciou no último dia 13, em Aracaju (SE), na ‘Embrapa Tabuleiros Costeiros’, a primeira de uma série de visitas e reuniões a seis unidades da Embrapa que desenvolvem pesquisas com fruticultura. “Fui recebido pelos gestores e pesquisadores especializados em coco, mangaba, citros e outras culturas. O chefe-geral interino, Marcelo Fernandes, apresentou a agenda de pesquisas da Unidade e detalhes do modelo de inovação aberta adotado na Embrapa. Queremos aumentar a competitividade mundial da fruticultura brasileira, agregando valor e elevando a qualidade da produção, o tempo de prateleira dos frutos, ampliando as exportações e gerando maiores ganhos para o setor e à sociedade brasileira”, explicou o diretor executivo da entidade, Eduardo Brandão.

Além da unidade de Aracaju, a agenda inclui visitas à Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro), Agroindústria Tropical (Fortaleza), Amapá (Macapá), Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas – BA) e Semiárido (Petrolina – PE). “Isso não quer dizer que as parcerias serão firmadas apenas com essas Unidades. Foi só o ponto de partida com base no que a Abrafrutas já conhecia sobre a Embrapa e nos direcionamentos a partir das conversas com a Diretoria”, reforçou Brandão.

O projeto entra em nova fase num momento especial para as frutas do país. O Brasil exportou no ano passado o equivalente a US$ 1,018 bilhão (incluindo castanhas), crescendo 6% em valor e 16% em volume. O destino com maior crescimento foram os países árabes. Dentre as frutas com maior crescimento, a banana se destacou. Foram 79,4 mil toneladas exportadas. Mamão e melancia também tiveram bom desempenho no Mercosul e na Europa, respectivamente. E a Abrafrutas participou no início deste ano da maior feira internacional do setor, a Fruit Logistica 2020. A presença foi promovida por meio do projeto ‘Frutas do Brasil’, uma parceria entre a Associação e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), apoiando os exportadores brasileiros na busca por ampliação dos negócios. “Depois de conquistarmos a abertura do mercado chinês para o melão brasileiro, agora trabalhamos o início do embarque da nossa uva, que deverá acontecer até o fim deste ano. Também foi aberta a negociação para a exportação da uva brasileira para a Coreia do Sul e de abacate para os Estados Unidos. A Abrafrutas tem hoje 72 empresas associadas, que respondem por 90% de todas as frutas que o Brasil produz e exporta”, contou.

Os fruticultores brasileiros estão animados com os resultados e a organização das safras para 2020. Um exemplo é o empreendimento ‘Frutas Doce Mel’. O gerente de exportações da empresa, Eduardo Nunes, afirma que os novos projetos da Abrafrutas e as feiras organizadas no Brasil e exterior abrem as portas para as relações comerciais e a oportunidade de entender as necessidades do cliente. “O ano promete. Estamos acompanhando as tendências do mercado, ampliando nossa visão e desenvolvendo estratégias de crescimento. O trabalho Frutas do Brasil, por exemplo, tem grande importância, é uma iniciativa que provoca toda uma intermediação com os importadores, governos e outros agente da cadeia”, completa afirma.

O ânimo também embala as empresas do setor de certificação, como o Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), especializada em auditar protocolos que tragam mais segurança e comprometimento do setor produtivo com o consumidor. O SBC terminou 2019 com uma carteira de 23 clientes-produtores certificados no GLOBALG.A.P.. a exportar para os exigentes mercados internacionais de frutas e grãos, como soja, limão, goiaba, figo, entre outros. E quer chegar a, pelo menos, sessenta produtores até fim de 2020. “Estamos alcançando ótimos resultados, mesmo com menos de um ano nessa área. E estamos trabalhando para isso. Chegamos a Petrolina, uma importante região produtora e exportadora, que sempre tivemos bastante interesse, nos associamos à Abrafrutas, atuamos para criar novos protocolos e selos no Brasil, entrando em outras certificações internacionais, e já começamos o ano promovendo o treinamento especial anual para aperfeiçoar a atuação dos nossos profissionais auditores dentro da certificação GLOBALG.A.P.”, informa Matheus Modolo Witzler, Responsável GLOBALG.A.P.. do SBC. O protocolo GLOBALG.A.P.. existe em mais de 160 países, possui 270 mil produtores certificados, sendo 209 mil somente em frutas, e atua com 150 certificadoras e mais de dois mil auditores. “Somente no ano passado, conseguimos o feito de exportar o primeiro lote de frutas frescas para a China. As possibilidades que se abrem são muito promissoras. Porém, precisamos de avanços nas pesquisas e no desenvolvimento de soluções, principalmente com foco na qualidade e no pós-colheita. E o Fundo vai ajudar muito, destinando recursos e fomentando produção de qualidade e aumento da comercialização dentro do Brasil e no exterior”, resume Eduardo Brandão.

A Abrafrutas promove no próximo dia 31 de março uma assembleia geral ordinária para eleger a nova diretoria, cujo presidente já foi escolhido por unanimidade. É o produtor de uva no Vale do São Francisco, Guilherme Coelho.

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