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Inseminação Artificial pode crescer 40%

O grande revés da economia brasileira inviabilizou a saída de um grande volume de palhetas das centrais de genética. E o pecuarista que tinha reservas de sêmen optou por utilizá-las, ficando fora da estatística oficial.

Quem constatou a tendência de queda na comercialização de sêmen em 2016 foi Sérgio Saud, presidente eleito na Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), em uma produtiva entrevista, na qual ele também confessou uma meta ambiciosa, conforme veremos a seguir.

Os números oficiais devem ser apresentados somente em março, quando ocorre a já tradicional coletiva de imprensa da Asbia, entretanto, o presidente já adiantou que na primeira metade de 2016 haviam sido comercializadas 4,3 milhões de doses de sêmen.

O montante bruto esconde um crescimento de 1% das vendas nas raças de corte e uma elástica queda de 27% nas raças leiteiras. Para o segundo semestre, a perspectiva é negativa para ambas vertentes, devido à estiagem que assolou o Centro-Oeste e Norte do País.

Prejudicou a pastagem e o escore corporal das matrizes, retardando o início da estação de monta. “A compra de sêmen que seria realizada nos meses de outubro e novembro, provavelmente está sendo efetivada entre janeiro e março deste ano”, aponta o presidente da Asbia.

No corte, Sérgio Saud aposta, mesmo que timidamente, em um crescimento de 3%. Anteriormente, a evolução ocorria na ordem de 23%. Apesar do trágico desfecho, o que mais me chamou atenção no entrevistado, além de sua grande simpatia, foi a coragem para traçar uma meta audaciosa.

4 milhões de doses em três anos

Em três anos de mandato, o novo dirigente da Asbia espera sacudir o mercado de inseminação artificial do Brasil, aproveitando-se, especialmente, deste novo boom do cruzamento industrial.

“A nossa meta para o triênio 2017-2019 é elevar a comercialização de sêmen em 4 milhões de doses. Acreditamos nessa possibilidade, pois há uma parcela substancial de pecuaristas que já ouviu falar em IAFT e cruzamento industrial”, explica Saud. Falamos aqui de um salto de 40% ou de 30%, se levarmos em conta as 13,6 milhões de doses comercializadas em 2015.

Esta “parcela substancial de pecuaristas” compreende de 30 a 40 mil criadores, donos de um rebanho de 10 milhões de vacas, que, segundo ele, já conhecem a técnica e só estão em dúvida quanto à viabilidade.

“São produtores que desejam inseminar e ainda estão ressabiados em relação aos custos de produção e à eficiência da técnica em sua fazenda”, ressalta. E a forma de atingi-los será através da informação.

Um conjunto de ações terá o objetivo de instigar os produtores a investigar os benefícios da inseminação artificial, que, de acordo com presidente, gera resultados surpreendentes.

Cita como exemplo prático uma novilha Nelore precoce que ao ser naturalmente exposta à monta por um touro iria parir apenas aos 36 meses de idade. Com a IA, uma novilha superprecoce melhorada, poderia ser inseminada aos 16 meses e parir aos 24 meses. Menciona também a qualidade incomparável do bezerro, que seria fruto de genética avaliada.

Para supoerar os gargalos da mão de obra qualificada, a Asbia também homologará cursos de inseminação artificial realizados pelas empresas associadas. Sugiro a leitura da entrevista na íntegra clicando aqui, que tem muita informação interessante.

Fonte: Pecnetica