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Plataforma AgroRevenda no Abisolo Fórum e Exposição

O IX Abisolo Fórum e Exposição 2022, o maior encontro da Indústria de Fertilizantes Especiais, Biofertilizantes, Condicionadores de Solo e Substrato para plantas da América Latina, trouxe como tema a “Produtividade Inteligente”, no Expo D. Pedro, em Campinas. No dia 1º de junho, o Fórum foi aberto oficialmente pelo Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologias em Nutrição Vegetal (Abisolo), Clorialdo Roberto Levrero, que comemorou a retomada do evento e a sobrevivência aos desafios da pandemia. A abertura contou com a presença do subsecretário de Agricultura do Governo do Estado de São Paulo, Orlando Melo de Castro, que se declarou um entusiasta do Fórum Abisolo. “Somos um país tropical, com três safras por ano e por isso precisamos investir em tecnologia. São Paulo é um Estado preocupado em investir em conhecimento e soluções”, explicou lembrando ainda que 27% do Produto Interno Bruto (PIB) é do agronegócio.

A diretora de Planejamento da Touch Branding Brasil, Valerie Engelsberg, foi convidada para compartilhar o processo de desenvolvimento da temática “Produtividade Inteligente”. Ela chamou a atenção para busca de um diferencial para a imagem das empresas do setor, tendo o posicionamento institucional como eixo para fortalecer o segmento de fertilizantes especiais. Ela encerrou a apresentação alertando para que os participantes usem a natureza a seu favor, ao invés de tentar transformá-la.

Na sequência, teve início o primeiro painel do dia, dedicado à “Qualidade e Nutrição”. Direto de Liège, na França, por videoconferência, o professor de Biologia Vegetal e chefe da unidade da Gembloux Agro-Bio Tech, Patrick du Jardin, conduziu a palestra sobre a ação dos bioestimulantes na eficiência de nutrientes usados em plantações.  Além disso, ele discorreu sobre Eficiência no Uso de Nutrientes (NUE) e interações entre plantas e bactérias no agrossistema. De acordo com ele, os bioestimulantes aumentam a eficiência nutricional, a tolerância ao estresse abiótico e características de qualidade da cultura, independentemente do teor de nutrientes. Por extensão, os bioestimulantes vegetais também designam produtos comerciais contendo misturas dessas substâncias e/ou microrganismos.

A apresentação seguinte foi conduzida pelo engenheiro agrônomo e pesquisador sênior da Sakata, Renato Braga, com foco em “Impactos da Evolução Genética na Nutrição Vegetal”. Dentre os conceitos trazidos sobre evolução genética, o aumento de produção por enxertia proporciona controle de patógenos, melhor uso de nutrientes do solo, estabilidade frente às condições adversas, ganhos de produtividade e mais qualidade da produção. Ele afirmou que a genética é a nova revolução na agricultura.

A continuidade do painel ficou a cargo do professor do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade Federal de Mato Grosso, Milton Ferreira Moraes.  “Biodisponibilidade de metais e micronutrientes e sua contribuição na qualidade de produtos agrícolas” foi o norteador da apresentação de Moraes. Ele destacou a prática da biofortificação para o desenvolvimento de alimentos mais nutritivos e enriquecidos com ferro, zinco e vitamina A e até selênio, um processo viabilizado pela aplicação de fertilizantes especiais nas plantas.

Para falar sobre os “Avanços na recomendação de micro e MG na agricultura”, o convidado foi o pesquisador científico do Instituto Agronômico (IAC), Rodrigo Boaretto, que enfatizou a exigência do manejo de nutrientes, além dos fertilizantes NPK, como caminho para a produtividade. Ele ainda fez uma ressalva de que a aplicação de micronutrientes é sempre combinada com outras operações agrícolas, demandando muito estudo e experiências. A segunda palestra internacional do dia coube ao professor, Heiner Goldbach, do HGoTECH GmbH, da Alemanha, uma spin-off fundada pelo Instituto de Pesquisa de Cultivos e Conservação de Recursos (INRES), da Universidade de Bonn. Especialista nas funções dos micronutrientes, o palestrante apresentou um estudo sobre “A importância do Boro e do Níquel na nutrição vegetal”. Ele justificou o papel do boro (B) como elemento estrutural das paredes celulares das plantas e as implicações para o crescimento delas estão bem estabelecidos.  Evidências apontadas por Goldbach indicam novas funções do boro, além da estrutura da parede celular.

O painel foi encerrado com um debate, reunindo os palestrantes sob a mediação de Boaretto, respondendo dúvidas e questionamentos formulados pelos participantes. O coordenador de Fertilizantes, Inoculantes e Corretivos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Henrique Bley, contribuiu com o debate ao comentar a relação entre biofertilizantes e bioestimulantes, além da legislação envolvida nos dois eixos. O segundo painel foi centrado em “Ambiente da Produção”. O professor Adjunto de Fisiologia Vegetal do Instituto de Ciências Naturais na Universidade Federal de Lavras, Paulo Eduardo R. Marchiori, palestrou sobre “O estresse abiótico nas relações planta-ambiente” e trouxe fatores ambientais que facilitam o crescimento e o desenvolvimento, assim como as condições externas que podem prejudicar esse processo.

último palestrante do dia foi o professor associado pelo Departamento de Engenharia de Biossistemas da ESALQ, Fábio Marin, que colocou em pauta o tema “Clima, processos produtivos e as ferramentas do setor para a mitigação de riscos”. Marin foi enfático quanto às incertezas decorrentes da mudança climática. O professor sugeriu que o monitoramento climático precisa ser modificado para se tornar um dos elementos de gestão e planejamento e prevê que a próxima safra estará sujeita ao fenômeno climático-oceânico “La Niña”. “É necessário um planejamento para evitar o estresse e aumentar a produtividade nesta fase”, finalizou. O professor associado da Universidade Federal do Paraná, do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade, Átila Francisco Mógor, fez uma breve síntese das palestras do painel “Ambiente da Produção” e mediou as perguntas recebidas dos congressistas sobre a adoção da agricultura sustentável como alternativa para evitar a desertificação do solo.

A programação do evento segue neste dia 2 de junho, quinta-feira, com os painéis “Adoção de Tecnologia” e “Recursos Humanos e Comportamento”. O coordenador nacional do Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos), José Carlos Polidoro, é um dos destaques do primeiro painel do dia, com a apresentação sobre o “Plano Nacional de Fertilizantes: A Importância das Cadeias Emergentes”. À tarde, “A Evolução do Agronegócio Brasileiro e as Demandas de Qualificação do Profissional de Ciências Agrárias (Foco em Nutrição Vegetal)” será o tema da mesa-redonda, sob mediação do jornalista William Waack. A programação do IX Abisolo Fórum e Exposição 2022 será encerrada com a palestra “A Liderança em Tempos de Grandes Transformações”, ministrada pelo filósofo Luiz Felipe Pondé.

Sobre a Abisolo
A Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) foi fundada em março de 2003 com o objetivo de representar e defender os interesses das empresas produtoras de importantes insumos que colaboram para o aumento da qualidade, produtividade e sustentabilidade da agricultura brasileira. A entidade congrega fabricantes e importadores de fertilizantes minerais, organominerais, orgânicos, biofertilizantes, condicionadores de solo e substratos para plantas. Reunindo mais de 120 empresas associadas participa ativamente das discussões de temas de interesse do setor junto aos Ministérios e Secretarias, Órgãos de Controle e Fiscalização Ambiental, Instituições de Pesquisa, Receitas Estadual e Federal, além de outras entidades representativas de diferentes setores da sociedade civil organizada, buscando sempre a competitividade, a liberdade econômica e a valorização dos segmentos que representa.

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