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SBC e a imagem internacional das frutas

Empresa atua em conjunto com a Abrafrutas em todos os espaços que discutem sustentabilidade e qualidade do Agronegócio do Brasil.

O objetivo é um só: construir uma agenda ao lado do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e do Meio Ambiente, para mostrar a realidade da produção de frutas no Brasil e melhorar a imagem do país diante do mercado internacional. O Serviço Brasileiro de Certificações (SBC), empresa especializada em auditar protocolos que tragam mais segurança e comprometimento do setor produtivo com o consumidor, é afiliada e parceira da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (ABRAFRUTAS) nesta ação de fomento à comercialização internacional do segmento e esclarecimento sobre a preocupação do Brasil com as questões de sustentabilidade ambiental, social e econômica, principalmente na comunidade da União Europeia, que consome 85% das frutas brasileiras embarcadas ao mercado externo.

A fruticultura ocupa 2,5 milhões de hectares no país e emprega cinco milhões de trabalhadores diretos. Embora seja o terceiro maior produtor do mundo, o Brasil exporta apenas 3% do que produz, ocupando a 23ª posição entre os países exportadores, com receita cambial de U$ 1 bilhão por ano. “Apesar de nossa fruta ser bem recebida na Europa, há uma grande cobrança dos clientes sobre as questões ambientais, em especial a Floresta Amazônica. Sendo que a fruticultura brasileira nem está presente naquela região, pois o principal polo de produção está localizado no semiárido brasileiro”, explica o presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho. Para ele, o setor quer ultrapassar a marca de um bilhão de dólares em exportação, um número considerado pequeno comparado a muitos países que começaram a vender no mercado externo há pouco tempo.

O setor vem realizando reuniões virtuais com consultores internacionais e os próprios ministros brasileiros, como Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Tereza Cristina, do MAPA. “Os produtores exportadores brasileiros são certificados por pelo menos uma grande certificadora internacional em boas práticas agrícolas, o que inclui, inclusive, as questões sobre sustentabilidade. E, mesmo não estando dentro do bioma amazônico, temos que cumprir uma série de exigências. Ninguém consegue exportar um contêiner de frutas se não tiver certificações internacionais”, justificou Luiz Barcelos, diretor institucional da Abrafrutas.

“O SBC está ao lado da Abrafrutas como associado e também preocupado com a imagem internacional do Brasil. O mercado critica nossa posição em relação ao Meio Ambiente, às queimadas, à questão da Amazônia e a preservação das florestas. E precisamos do apoio do governo federal. O ministro Salles foi receptivo, prometeu empenho em ações diversas, como publicidade, marketing, levar bancas de frutas brasileiras para os países, ações estruturadas para a fruticultura nacional. Assim como a ministra Tereza Cristina, que já é do meio e atua na promoção do Agro Brasil com muita competência. As reuniões promovidas pela Associação mostram que somos um grupo muito unido, com o intuito de fazer crescer a exportação”, analisou Matheus Modolo Witzler, Gerente de Certificações do SBC. Um caminho apoiado por todos os associados. “Nosso setor precisa ser mais ouvido e unir forças para mudar a visão deturpada que o mercado tem do agro brasileiro. A fruticultura tem um papel importante na geração de empregos. Estamos prontos e queremos muito mudar a imagem do nosso país lá fora”, reforçou o vice-presidente da Associação, Waldir Promicia.

No encontro com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles ressaltou a eficiência do setor em oferecer um produto de alta qualidade e afirmou que a produção brasileira é adequada ambientalmente e respeita a legislação mais restritiva do mundo. “Nenhum país concorrente tem uma legislação tão severa como a nossa, que percorre desde o uso da água até o código florestal. E que os produtores rurais seguem de forma responsável”, reforçou Salles, em uma reunião que teve a participação da diretoria da Abrafrutas, além de todos os membros da Associação.

A reunião com a comandante do MAPA, Tereza Cristina, também contou com a presença do embaixador Orlando Leite Ribeiro, e tratou da imagem do agro brasileiro no mercado externo, os reflexos nas exportações de frutas, o acordo Mercosul – União Europeia, defensivos agrícolas e internet no campo. “A imagem internacional do Brasil, infelizmente, ainda é um tema frequente. O importante é realizarmos um trabalho conjunto entre o setor público e o privado. O ministério já realiza muitas ações, mas é necessário bem mais. É importante sermos informados pelas cadeias produtivas quando sair alguma notícia infundada para contrapormos com a verdade”, afirmou a ministra.

Já o embaixador Orlando Ribeiro informou que, atualmente, existem 59 análises de riscos de pragas (ARP´s) em curso, o que envolve negociações com 34 países. A maçã é a fruta com mais países em negociações, com 19. Seguida do melão, com 9; abacate, com 7; limão Taiti, com 6, e uva com 4. “A abertura de novos mercados vêm ocorrendo por uma mudança de pensamento. Para abrir um mercado externo é preciso, também, abrir o próprio mercado. Temos dado prioridade aos países que também nos priorizam. Com isso, conseguimos avançar em novas aberturas”, explicou o embaixador.

Como as questões fitossanitárias atrasam muito as negociações, a ministra e o embaixador propuseram que os produtores invistam para aumentar o volume de frutas processadas. “Precisamos agir na frente, mostrar que conseguimos produzir com todo respeito ao meio ambiente. Há exageros, sim, de alguns países que criticam nossa atuação. Mas precisamos por o pé no chão, ter respostas objetivas sobre todos os assuntos e investir cada vez mais no novo perfil do consumidor mundial, que enaltece sanidade, rastreabilidade e origem dos produtos”, sacramentou a ministra.

Veterano da indústria química, o diretor comercial da Abrafrutas, Antônio Zen, argumentou que os produtores têm grande responsabilidade e preocupação com os resíduos e os defensivos utilizados até porque as frutas são consumidas, em grande parte, de forma in natura. “Os produtores trabalham em constante monitoramento, com todos os cuidados necessários ao meio ambiente e às pessoas que manuseiam os produtos. Sem esquecer que o Brasil tem comandado a revolução da agricultura biológica e natural no planeta, usando microrganismos benéficos, como fungos, bactérias, bioestimulantes, reduzindo a carga química sobre o campo”, detalhou Antônio Zen.

Mas a pressão internacional é forte e os concorrentes do Brasil no mercado investem cada vez mais em criticar nossa gestão ambiental. “Realmente, há um movimento grande dos mercados em pressionar o Brasil. E, na área de frutas, nem faz sentido porque nosso volume de exportação é muito pequeno. Temos concorrentes fortes aqui ao lado, na própria América do Sul, como Colômbia, Equador e Chile. Fica claro que o parlamento europeu protege cada vez mais os seus produtores e alegam que não compram nada de quem não garante controle de resíduos, respeito ao meio ambiente e sustentabilidade social. Mesmo com o consumidor europeu não tendo a menor ideia do que é a Floresta Amazônica. Por isto, a mobilização da Abrafrutas tem todo o nosso apoio para discutir permanentemente os assuntos, fazer a comunicação correta, mostrar a nossa competência em atender as exigências do mercado de exportação e manter a união da classe, deixando de lado individualismos e buscando os propósitos que são comuns a todos”, resumiu Matheus Witzler.

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