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SBC e GlobalG.A.P. – limite máximo de resíduos

Dois dias examinando as questões sociais do trabalho rural e discutindo a produção sustentável de alimentos para exportação aos países europeus. Este foi o tom que marcou a reunião anual promovida pelo GlobalG.A.P. em Colônia, na Alemanha, no início deste mês, reunindo perto de cinquenta representantes de certificadoras de quinze países, dos cinco continentes. O Serviço Brasileiro de Certificações (SBC) foi a única empresa brasileira a participar do encontro.

O GlobalG.A.P. é o protocolo mais conceituado do mundo quando o assunto é produção de alimentos de qualidade, sem resíduos de moléculas químicas e com utilização de Boas Práticas. Possui atualmente 270 mil produtores certificados em todo o planeta (sendo 209 mil somente em frutas) e atua com 150  certificadoras e mais de dois mil auditores. Certificam, também, alimentos fornecidos à grandes redes internacionais, como as cadeias de fast food Mc Donald´s e Subway.

“Foram dois dias de atividades. O primeiro foi dirigido aos formadores internos GRASP, uma ação complementar à certificação, que tem como objetivo uma avaliação social da propriedade rural, utilizando doze critérios. O foco é determinar se o sistema produtivo está livre de trabalho infantil, jornada indevida, baixos salários, periculosidade, insegurança, trabalho escravo, desrespeito à Legislação. O segundo dia foi dedicado aos gerentes de comunicação GLOBALG.A.P. das certificadoras. Conhecido como ‘sheme manager’, é ministrado pelos agrônomos que trabalham com os diversos protocolos e trata das atualizações e discussões de melhorias para o protocolo e as alternativas viáveis para as diferentes condições dos países fornecedores”, explica Matheus Modolo Witzler, Responsável GlobalG.A.P. do SBC.

O protocolo já implementou uma atualização na metade deste ano, reforçando os quesitos sobre segurança alimentar, e agora prevê uma nova versão a ser adotada até 2022. “A preocupação é ser cada vez mais rígido com a qualidade do alimento consumido pelos europeus. Eles permanecem reforçando a preocupação com limite máximo de resíduos e, inclusive, o Brasil é um dos países mais visados pelo número de casos investigados” acrescenta Matheus. Outra estratégia definida é que o GlobalG.A.P. irá visitar pessoalmente as certificadoras habilitadas para checar o trabalho que está sendo realizado sob o ponto de vista administrativo, de treinamento dos auditores e da certificação nas unidades produtoras.

“É uma preocupação justa. Conferir como é desenvolvido o trabalho das certificadoras em cada país. E acelerar essa relação. Vai ser um prazer recebê-los no SBC em 2020. Isto acaba ajudando muito as certificadoras, criando um padrão de excelência que só vai auxiliar na transparência e qualidade do trabalho que prestamos. A cadeia precisa entender que eles estão preocupados com o trabalho prestado pelos parceiros em relação ao protocolo. Mas, antes de tudo, querem fornecer um produto seguro ao consumidor. Isto é um ponto muito importante. Os europeus querem cada vez menos resíduos químicos nos alimentos. É isso vai ser possível com os agricultores conhecendo e comprovando todos os insumos que usam no processo de produção, tendo todos os registros. É segurança para o cliente e para o próprio produtor certificado. A Europa ainda não tinha conseguido colocar em prática essa rotina toda, mas agora eles estão firmes neste caminho”, justifica Matheus Witzler.

É a segunda participação do executivo do SBC na reunião anual do GlobalG.A.P. De volta ao país, Matheus, considerado um formador interno, é autorizado pelo protocolo a treinar equipes internas, replicar os treinamentos recebidos na Alemanha. Uma exigência para todas as certificadoras. Ele afirma que o ano está terminando muito bem para o SBC, com 22 clientes certificados no GlobalG.A.P. a exportar para os exigentes mercados de frutas em menos de um ano.

“É um resultado muito bom. E ainda conseguimos treinar novos auditores, entrar em novos produtos, como soja, limão, goiaba, figo, entre outros. Sem falar que chegamos a Petrolina, uma importante região produtora e exportadora de frutas, que sempre tivemos bastante interesse, e ainda nos associamos à Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), o que vai permitir que o SBC crie novos protocolos e selos no Brasil e consiga entrar em outras certificações internacionais. Foi um ano muito bom para as frutas. E estamos no caminho certo. Vamos valorizar e promover a melhoria contínua da nossa Agropecuária. E firmar o SBC no cenário internacional”, conclui Matheus Modolo Witzler.

 

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