Representantes das indústrias de suplementos minerais do Brasil voltaram a se reunir nesta última quinta-feira, dia 18, em São Paulo, no encontro mensal da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM), para debater como anda o mercado do segmento, a pecuária brasileira de corte e leite e o trabalho institucional realizado pela entidade em nome da qualidade da produção de carnes e leite do país. A abertura coube ao Presidente da Associação, Juliano Sabella, que fez um balanço da viagem feita a Brasília para importantes ações políticas. A direção prestigiou a comemoração dos 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), debateu a Reforma Tributária que deve entrar na pauta do Congresso Nacional neste ano com o Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion, tratou de temas relativos ao segmento com o Deputado Federal e Presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (FRENCOOP), Arnaldo Jardim, e ainda discutiu a entrada da ASBRAM na Frente Parlamentar da Agropecuária de São Paulo. “Queremos debater intensamente como nosso trabalho pode ajudar no crescimento vigoroso do agronegócio e da economia brasileira. Levamos estudos sobre como uma menor oneração tributária das atividades das empresas pode reverter em mais empregos, maior consumo de proteínas de origem animal e aumento das exportações brasileiras”, resumiu Juliano Sabella, que ainda destacou o lançamento da 2ª Cartilha de Sustentabilidade da Asbram.
Outros dois convidados dos meios de comunicação falaram durante o encontro. Maria Cristina Bertelli, do Canal Terra Viva, palestrou sobre sua vida profissional, os estudos de Zootecnia e como construiu uma carreira de sucesso desenvolvendo projetos para eventos de Pecuária e para o Canal Terra Viva, do Grupo Bandeirantes. Já Demétrio Costa, Diretor de Redação da Revista DBO, falou sobre os novos produtos empresariais lançados no mercado agropecuário, envolvendo comunicação, conteúdo e negócios, dentro da bandeira chamada ‘Sob Medida’. A manhã terminou com um mergulho sobre o mercado de pecuária de corte e leite, grãos, exportações e consumo de proteínas de origem animal, comandado por Alcides Torres, o ‘Scot’, Engenheiro Agrônomo formado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP) e Diretor e Fundador da Scot Consultoria, um centro de estudos dedicado à informação para negócios relacionados à agricultura, pecuária e terras.
Ele falou sobre a queda atual no preço do boi gordo, de produtos agrícolas como soja e milho, além dos principais insumos do segmento. Abordou o preço ‘salgado’ da cria, o movimento de baixa do ciclo pecuário, a importância da China para a carne bovina brasileira e as exportações, e como o confinamento pode manter uma certa estabilidade em 2023. “Neste ano, quem pode ficar equilibrado é o confinamento. Agora, uma recuperação mais vigorosa na pecuária só teremos em 2024 – 2025. Até lá, o produtor precisa fazer contas, investir em tecnologia, incluindo nutrição com bons pastos e suplementos minerais, gestão e não brigar com o mercado, ficar de olho nas mudanças que não cessam. Melhorar continuamente as técnicas de produção. E saber que o ano típico na agropecuária é sempre um ano atípico. Não há moleza mais”, aconselhou Alcides Torres.
A reunião terminou com a apresentação do professor de economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, pesquisador do centro de agronegócios da FGV (GV Agro) e responsável pelo Painel de Estatísticas da ASBRAM, Felippe Cauê Serigatti. Ele mostrou os dados de comercialização dos suplementos minerais no Brasil para os rebanhos de corte e leite em abril, no primeiro quadrimestre de 2023, além da comparação com os períodos passados. E analisou o atual momento político e econômico do país. “O segmento de suplementos minerais ainda luta por uma recuperação mais forte, principalmente na comparação com os dados poderosos conquistados até 2021 e virada para 2022. Mas a caminhada é a mesma da própria economia brasileira. Está boa? Não. Mas poderia estar pior. Os dados gerais ainda são inconsistentes. E a inflação não está sob domínio, por mais que o Governo Federal bata o pé. Tem gente que fala de Produto Interno Bruto 2023 em 0,3%, como a FGV, e gente que fala em mais de 1%. É necessário sermos ponderados, ficar de olho nos juros e ao mesmo tempo nos gastos públicos. Não está fácil cravar nenhum panorama futuro com segurança total”, concluiu o especialista.